A Defensoria Pública irá recolher depoimentos, fotografias, vídeos e todo o tipo de material sobre a manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus em Santa Maria que, na quinta-feira, deixou 24 feridos: 21 pessoas e 3 policiais.
Segundo o defensor Juliano Ruschel, os manifestantes devem ir à sede da Defensoria (Alameda Buenos Aires, 293, sala 104, bairro Dores) nesta sexta-feira, a partir das 13h30min, e levar seu relatos e ocorrências policiais:
_ Ontem (quinta-feira), acompanhamos os feridos que foram à Delegacia de Pronto-Atendimento de Polícia Civil. Nossa intenção é juntar o material e encaminhar para o Comando da Brigada Militar no Estado e para a corregedoria do órgão para instaurem um Inquérito Policial Militar para investigar a ação dos policiais militares na manifestação.
O defensor lembra também que quem quiser ingressar com ações individuais contra o Estado pode procurar a Defensoria Pública.
Quinta-feira à tarde, o comandante do Batalhão de Operações Especiais (BOE), capitão Rois Tavares, explicou que a ação para conter atos de vandalismo que já estavam ocorrendo:
_ Essa manifestação não está isolada, nós já vínhamos acompanhando as discussões sobre o transporte coletivo e os protestos durante as reuniões, e sabíamos que poderia ser intenso na quinta-feira.
Segundo o comandante, a manifestação se desenvolvia de forma pacífica, até que duas pessoas começaram a chutar e pichar a porta da ATU, com sprays e bexigas de tinta. Nesse momento, os policiais se planejaram para intervir e abordar os dois, que teriam trocado de camiseta, para dificultar a identificação:
_ Quando esses dois que estavam pichando, foram identificados. Os PMs foram intervir, mas o pessoal resistiu. Evitamos ao máximo, mas as balas de borracha e a bomba de gás são para esses casos, para preservar ao máximo a integridade física das pessoas. Quem pode prever o que teria ocorrido depois, caso a BM não tivesse intervindo? Para os funcionários da ATU e para os que passavam por ali? _ comenta Tavares.
De acordo com o comandante do BOE, as circunstâncias das lesões serão investigadas, e poderão surgir fatos novos, que apontem algum eventual exagero. Por enquanto, o capitão Tavares considera que os policiais agiram dentro da necessidade que o momento exigia, e que, caso não tivesse ocorrido essa intervenção, o resultado poderia ter sido pior.
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